As manifestações que se espalharam pelo Brasil desde o segundo turno das eleições já têm culpados, segundo o jornal norte-americano Washington Post. Um deles é o bilionário Elon Musk, que concluiu a compra do Twitter no fim de outubro.
Segundo a publicação, as demissões em massa na plataforma afetaram severamente a equipe de moderação de conteúdos no Brasil. Musk já havia afirmado que, no passado, ex-funcionários do Twitter colaboraram ativamente com o governo norte-americano para censurar ou reduzir o alcance de determinadas contas na rede social, sempre com viés esquerdista.
Para o Washington Post, as demissões de funcionários e uma nova política adotada pela plataforma teriam contribuído para que os manifestantes organizassem os atos em Brasília. O jornal afirma que a rede social é um lugar muito usado “por um círculo de influenciadores de direita” que rejeitaram o resultado das eleições brasileiras.
Citando uma fonte que falou em condição de anonimato, a reportagem explica que desde novembro o Twitter demitiu oito pessoas, residentes em São Paulo, que eram responsáveis pela moderação de conteúdo na plataforma, que atuavam “capturando postagens que violassem as regras contra incitação à violência e desinformação”. Atualmente, de acordo com a publicação, não há nenhuma equipe no Brasil “moderando ativamente o conteúdo do Twitter”.
Além do Twitter, o periódico alegou que os manifestantes também usaram o aplicativo de mensagens Telegram, postando “datas, horários e rotas”, para convocar os “ativistas on-line” para os protestos na capital federal.
A censura no Twitter antes de Musk
A aquisição do Twitter por Elon Musk revelou que havia um aparelhamento da big tech por militantes esquerdistas, que controlavam conteúdo e censuravam aqueles com quem eles não concordavam. Depois que Musk virou CEO, abriu a caixa-preta da empresa e divulgou publicamente os resultados.
O jornalista investigativo Matt Taibbi lembrou que o objetivo inicial da rede era dar às pessoas “o poder de criar e dividir ideias e informações instantaneamente, sem barreiras”. Com o tempo, a empresa foi obrigada a criar algumas barreiras, especialmente para combater a prática do spam e golpes financeiros. Bastou um passo para que esses mecanismos de defesa se transformassem num instrumento de censura.
Fonte: Revista Oeste