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Fotos: CNBB Norte I

Comissão para a Amazônia reunida em Manaus: avaliar, pensar seu futuro e um maior envolvimento das igrejas particulares

Comissão para a Amazônia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil está reunida em Manaus nos dias 17 e 18 de fevereiro. Participam do encontro o Cardeal Leonardo Steiner, Arcebispo de Manaus (AM) e Presidente da Comissão, a Ir. Irene Lopes, Assessora, e os membros, Dom Roque Paloschi, Arcebispo de Porto Velho (RO), Dom Evaristo Spengler, Bispo eleito de Roraima e Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, Bispo de Itacoatiara (AM).

“Uma reunião que visa nós preparamos uma avaliação da Comissão para podermos apresentar na Assembleia Geral agora em abril”, segundo Dom Leonardo Steiner. O Arcebispo de Manaus disse que o encontro quer ser uma oportunidade para “pensarmos um pouco no futuro da Comissão e qual é a relação da Comissão com a Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA)”. Segundo seu Presidente, “a Comissão foi muito importante, está sendo muito importante para as igrejas que estão na Amazônia”, vendo como desafio “como a Comissão envolver ainda mais as igrejas e pensar nos encontros possíveis entre as igrejas particulares para assim buscarmos um diálogo maior, entre nós, mas também com as outras igrejas do Brasil e as outras igrejas da Pan-Amazônia”, insistiu o Cardeal.

Uma Comissão “fundada em 2003 a partir de uma solicitação da Igreja na Amazônia e a partir da solicitação dos Bispos”, lembrou sua Assessora. A Ir. Irene Lopes destacou que “hoje tem esse papel de fazer com que a Igreja da Amazônia seja vista fora da Amazônia. A partir disso fazer com que essa reflexão seja feita a partir dos territórios. É uma Comissão que ajuda os Bispos e também os territórios a pensar um pouco a realidade amazônica hoje vivida com todas essas problemáticas, com todas essas questões que hoje têm refletido”.

A Igreja da Amazônia hoje é desafiada a “viver a fidelidade à Cruz do Senhor e aos crucificados de hoje”, ressaltou Dom Roque Paloschi. O Presidente do Conselho Indigenista Missionário se referiu ao cenário atual, “não só dos povos yanomami, mas de todos os povos indígenas, os povos originários e sobretudo as grandes periferias das cidades, onde nós vemos a situação da fome aumentando”. Olhando para a realidade eclesial, o Arcebispo de Porto Velho destacou a necessidade de “alimentar aqueles 4 sonhos que o Papa colocou na Querida Amazônia. Esses sonhos que nos ajudam a sonhar uma Igreja verdadeiramente samaritana, servidora, comprometida com a vida de todos e a vida da Criação”.

Uma Comissão que nasceu para criar pontes entre a Igreja da Amazônia e as outras igrejas locais no Brasil. Diante disso, Dom Ionilton reconheceu que ainda existe o desafio de “fazer a Igreja do Brasil olhar para nós”. O Bispo da Prelazia de Itacoatiara lembrou da frase do Papa Paulo VI, que diz que “Cristo aponta para a Amazônia”, e junto com isso que “essa Comissão surgiu com esse objetivo de fazer uma integração entre nós que estamos aqui e as outras igrejas locais no Brasil inteiro”.

O Presidente da Comissão Pastoral da Terra afirmou que “a Amazônia ainda é um assunto que causa um pouco de estranheza em muitos dos Bispos e da Igreja mesmo como um todo”. Por isso, ele insistiu em que “nosso desafio é fazer com que cada vez mais a gente consiga levar para a Igreja do Brasil, das outras regiões, a necessidade e a importância da missão como Igreja católica aqui na Amazônia”.

“O Papa com o Sínodo para a Amazônia fez uma experiência da sinodalidade na Igreja, e ele próprio está conduzindo esse processo de uma forma muito mais ampla para a Igreja universal, que é um tema da Igreja universal de fato”, afirmou Dom Evaristo Spengler. Segundo o Bispo eleito de Roraima, “além do caminhar juntos como povo de Deus, o Papa insiste muito  numa Igreja não tão clerical, que seja de fato uma Igreja povo de Deus, conforme o Vaticano II, mas também as questões ambientais, as questões ecológicas, as questões culturais, sociais, é algo que o Sínodo para a Amazônia enfrentou”.

O Presidente da REPAM-Brasil, disse que “isso não pode ficar restrito apenas à situação amazônica, mas é necessária uma transformação de acolhimento da cultura do cuidado a nível de todos os povos, cuidado com os migrantes, com os indígenas, com o povo negro, onde se crie uma grande fraternidade universal”.

Fonte: CNBB Norte I

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