A Signis Brasil e a Comissão Episcopal para a Comunicação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) realizaram, na manhã de hoje, 14 de março, o Encontro das Rádios Católicas com a CNBB. O evento reuniu, de forma virtual, cerca de 80 participantes e contou com exposições do bispo auxiliar de Belo Horizonte (MG) e presidente da Comissão para a Comunicação da CNBB, dom Joaquim Giovani Mol Guimarães, e do secretário de Comunicação Eletrônica do Ministério das Comunicações, Wilson Diniz Wellisch.
A proposta foi de favorecer entre as rádios católicas do Brasil “uma oportunidade especial de caminharmos juntos, em comunhão com o processo sinodal da Igreja e, ao mesmo tempo, esclarecer dúvidas e ficar por dentro das novidades regulatórias do nosso setor”, segundo a Signis.
O coordenador do Setor Signis Rádio, Felipe Zangari, ressaltou a realização iniciativa conjunta da Signis Brasil com a Comissão Episcopal para a Comunicação da CNBB e a meta de “congregar todas as iniciativas de comunicação católicas do Brasil em todos os seus setores”. Sobre o rádio como meio de comunicação, Zangari destacou a maior capilaridade, “com a capacidade de atingir as comunidades locais” do Brasil.
Novidades na radiodifusão brasileira
Em sua participação, o secretário de Comunicação Eletrônica do Ministério das Comunicações, Wilson Diniz Wellisch, apresentou a estrutura da secretaria da qual está à frente e os números dos processos em curso relacionados ao tema da radiofusão no país. O número ultrapassa os 40 mil processos e exige um esforço do governo brasileiro na implantação de ferramentas de automação para dar agilidade na resposta a pedidos de outorga, transição de AM para FM e regulamentações, por exemplo.
Wilson Wellisch apresentou o planejamento da secretaria para o setor, o qual está organizado em três fases: uma para os primeiros 100 dias deste ano, outra até o final deste ano, e a última após 2023. Esta com previsão de um novo marco legal para o setor. Nas primeiras fases, destacam ações de regulamentação, por exemplo.
Após responder a questionamentos dos representantes de rádios católicas presentes no encontro, o secretário se comprometeu a receber do presidente da Signis Brasil, Alessandro Gomes, os protocolos para tratar das dúvidas levantadas sobre processos. Segundo ele, a organização de pedidos em blocos, por meio de associações como a Signis Brasil, facilita no encaminhamento das demandas enquanto não é finalizada a implementação do fluxo para a plataforma Gov.br.
A Igreja pelas ondas do rádio
Após a abordagem de questões técnicas, o presidente da Comissão Episcopal para a Comunicação da CNBB, dom Joaquim Mol, quis oferecer uma reflexão sobre aspectos pastorais e evangelizadores. Ele refletiu com os presentes sobre a presença da Igreja nas ondas do rádio.
O rádio não perde sua importância
Começou com uma palavra de motivação, para que os profissionais e responsáveis por esse meio de comunicação tenham presente a importância do rádio e que não temam. “O rádio mantém a sua pertinência quanto mais rádio ele for”, disse, recordando em seguida a potência do rádio ao ajudar o ouvinte “a construir a imagem e dar movimento à imagem com o som”.
Para que a Igreja esteja bem no rádio
Convidou a refletir sobre a presença da Igreja no rádio, apontando três pontos necessários para que a Igreja esteja bem nesse meio, cumprindo a sua missão. Primeiro, tendo nas mãos a notícia, “prezando pela verdade, a sensibilidade e a realidade”. O segundo ponto é transmitir a Igreja “de forma bem alinhada com as orientações que emanam do magistério, do Papa, da CNBB e tantas outras orientações”. O terceiro é fazer a escolha por oferecer Jesus e aprimorar a sua maneira de oferecer a pessoa de Jesus Cristo.
“Em todos os tempos, contatamos momentos em que a própria Igreja afastou-se de Jesus, e vivemos um momento em que o Papa Francisco está buscando Jesus novamente para a centralidade da Igreja. Recuperar essa centralidade pode ser expressado em cada rádio católica na oferta da pessoa de Jesus”, disse dom Joaquim Mol.
Radialista eclesial
A reflexão de dom Mol foi concluída com o perfil do “radialista eclesial”. Essa pessoa que atua numa rádio católica deve ter como características a competência em sua área profissional, ter uma pertença a Jesus Cristo, dar testemunho de Jesus e da Igreja, tendo como plano de fundo a espiritualidade.
Dom Joaquim Mol chamou atenção para a necessidade de se conhecer melhor a Igreja, por meio da Sagrada Escritura, do Magistério da Igreja, da Doutrina Social da Igreja, da Catequese. Por: CNBB