O último domingo de janeiro marca o Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase. O Brasil teve mais de 17 mil casos da doença em 2022, segundo dados preliminares do Ministério da Saúde. A pasta vai distribuir a partir de fevereiro 150 mil testes rápidos para enfrentamento à hanseníase. Com os novos exames disponíveis no SUS, o Brasil passa à vanguarda mundial no diagnóstico da doença, sendo o primeiro país no mundo a ofertar insumos para a detecção da doença na rede pública.
Os dispositivos fazem parte de pesquisas realizadas pela Universidade Federal de Goiás e o PCR pela Fiocruz e Institutos de Biologia Molecular do Paraná.
Mestre e doutora em medicina tropical e saúde pública, a farmacêutica Emerith Mayra Hungria Pinto destaca que os testes rápidos serão determinantes para o controle da hanseníase no Brasil.
“A oferta de novas ferramentas que vão auxiliar no diagnóstico da doença é crucial para o controle da doença no nosso país. Tanto o teste rápido, quanto o teste biomolecular, vão contribuir para um diagnóstico mais precoce dos casos e com isso a gente interrompe a cadeia de transmissão da doença e evita o surgimento de novos casos.”
A hanseníase é uma doença infecciosa e de evolução crônica. Em seu estado avançado afeta, sobretudo, nervos periféricos e a pele, causando incapacidades físicas, principalmente nas mãos, pés e nos olhos. Apesar disso, o dermatologista Vinicius Segantine explica que a hanseníase tem tratamento e não oferece perigo de contágio se tomadas as devidas precauções.
“A hanseníase é uma doença totalmente tratável. Tratada, ela não é contagiosa. Por exemplo, a pessoa que trata, a partir do primeiro dia que toma as medicações, não transmite para mais ninguém. Não há necessidade de afastar do convívio social, nem afastar os utensílios domésticos da pessoa.”
Os testes serão destinados às pessoas que tiveram contato próximo e prolongado com casos confirmados da doença e serão de dois tipos: o teste rápido, ou seja, o sorológico, e o teste de biologia molecular, o qPCR. Uma terceira modalidade, de biologia molecular, também será ofertada pelo SUS e vai auxiliar na detecção da resistência a antimicrobianos.
Fonte: Brasil 61