A Hidrelétrica Santo Antônio, usina do grupo Eletrobras, superou a maior crise hídrica da história e conseguiu atravessar o período seco sem paralisação das atividades. Ao contrário do que ocorreu em 2023, quando foi necessário interromper a operação, neste ano de 2024, com as alterações realizadas no complexo do Madeira, a usina manteve sete unidades geradoras disponíveis e disponibilidade total de geração de 487MW no período de estiagem.
A partir do aprendizado ocorrido no ano passado, a usina prosseguiu operando e atendeu, mesmo no período mais crítico, 40% do consumo de energia do Acre e Rondônia. Neste mês de dezembro, a usina já está gerando 2.000 MW, que estão sendo fornecidos ao Sistema Interligado Nacional (SIN).
“Em um trabalho conjunto da Eletrobras com o Operador Nacional do Sistema (ONS), foi possível priorizar o suprimento de energia nesses dois estados. Nossa usina fica em Rondônia e temos total compromisso com essa região. As soluções encontradas são resultado da capacidade técnica singular da empresa e o comprometimento com a segurança das pessoas, do ambiente e das operações”, disse o CEO da UHE Santo Antônio, Caio Pompeu de Souza Neto.
Em 2023 as vazões do rio Madeira chegaram a 3.100 m³/s, forçando a paralisação da usina no início de outubro daquele ano. Em 2024, a vazão mínima de 1.987 m³/s foi atingida no dia 12 de outubro e, ainda assim, a usina prosseguiu em operação.
“A crise hídrica de 2023 foi um aprendizado, e desde o início de 2024, as equipes de Manutenção e Operação da usina iniciaram estudos para desenvolver estratégias que possibilitassem manter a hidrelétrica gerando energia e, principalmente, contribuindo para o abastecimento e a confiabilidade energética do Sistema Acre-Rondônia”, acrescentou o CEO de Santo Antônio.
A continuidade das operações apesar da crise inédita na história ocorreu por causa de duas manobras realizadas na hidrelétrica. Foi criada uma Jusante Artificial no Grupo Gerador 01 da usina, o que permitiu o nível do rio abaixo da barragem ficar acima 2 metros em relação aos demais GG’s e operar dentro das faixas estabelecidas pelos fabricantes, concentrando a geração nas turbinas da margem direita do rio e mantendo a hidrelétrica em funcionamento.
Outra manobra realizada foi a mudança da configuração da transmissão da usina, para que a energia gerada, originalmente transmitida para o Sistema Interligado Nacional em 500 KV, fosse transmitida diretamente para o Sistema Regional Acre-Rondônia (230 KV) através do transformador F13. Esta manobra, além de garantir o abastecimento da região, permitiu maior robustez para manter o sistema energizado.
Com informações da assessoria
